Life is too short to be taken seriously.

domingo, 24 de abril de 2011

PAIS HERÓIS

Pais heróis e mães rainhas do lar.
            Passamos boa parte da nossa existência cultivando estes estereótipos.
            Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça.
            A rainha do lar começa a ter dificuldade de concluir as frases e dá pra implicar com a empregada.
            O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para outra?
            Nossos pais envelhecem.
            Ninguém havia nos preparado pra isso.
            Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.
            Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez de eles serem cuidados e mimados por nós, nem que pra isso recorram a uma chantagenzinha emocional.
            Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo,  já viram de tudo, e o que não sabem já não importa mais.
            Não fazem mais planos a longo prazo, agora dedicam-se a pequenas aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu.
            Estão com manchas na pele. Ficam tristes de repente. Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos, que relutam em aceitar o ciclo da vida.
            É complicado aceitar que nossos heróis e rainhas já não estejam no controle da situação. Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito,  mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina.
            Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.  Ficamos irritados se eles se atrapalham com o celular e ainda temos a cara-de-pau de corrigi-los quando usam expressões em desuso: "cafona"? "na fossa"? "automóvel"?
            Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento com o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis.
            Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi. Essa nossa intolerância só pode ser medo.
            Medo de perdê-los e medo de perdermos a nós mesmos, medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais.
            É uma enrascada essa tal de passagem do tempo.
            Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros, ainda mais quando os outros são papai e mamãe, nossos alicerces, nosso porto seguro, aqueles para quem sempre podíamos voltar, e que agora estão dando sinais de que um dia irão partir sem nós e sem aviso...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A morte devagar

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.




                    Martha Medeiros

E a vida? É bonita e é bonita!


   







   Aaaaah, que saudades de estar por aqui.. Vida corrida, difícil é conseguir um tempo ( e inspiração pra escrever aqui), mas como hoje, especialmente hoje, bateu uma saudade do blog.. rs
   Bom, contar as novidades! Peraí, que novidades? oO haha Tá, tem uma, vou no show do Paul McCartney com a minha mãe,super ultra mega feliz com isso.
   E sério, acho que é só isso, não tem acontecido coisas muito interessantes na minha vida não. Mas acho que não posso falar isso, tá tudo caminhando muito bem, acho que até bem demais. Agradeço todos os dias por estar tendo as oportunidades que me aparecem todos os dias. Coisas ótimas.
   Ah, não posso esquecer também, que estou aqui pra Saudar meu Pai Ogum, já que amanhã 23 de Abril é o dia Dele! Devo agradecer muito a ele, por sempre ter me escutado e me ajudado.
   Mas isso aqui não é oração nem nada disso, enfim.
   A minha vida está caminhando, seguindo o melhor curso que poderia.
   Não tenho muito o que falar, na próxima vez, venho com um assunto em mente, nelhor, né?

Cada um deve saber de si, cuidar de si, acreditar e sonhar, ter fé. No próximo, devemos acreditar, cuidar, respeitar. Não quero só paz, quero respeito. O que queremos para o mundo, devemos começar por nós mesmos.
( filosofia de sexta à noite - por mim )
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
( Legião Urbana )